MINHA VIOLA
– MARTINHO DA VILA
1984 - Martinho da Vila Isabel
(Noel Rosa)
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Eu não respeito cantador que é respeitado que no samba
improvisado me quiser desafiar
Inda outro dia fui cantar no galinheiro e o galo a noite
inteira sem vontade de cantar
Nesta cidade todo mundo se acautela contra a tal febre
amarela que não cansa de matar
E a dona Chica que anda atrás de mau conselho pinta o corpo
de vermelho, pra amarela não pegar
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Eu já jurei de não jogar com seu Saldanha que diz sempre que
me ganha no tal jogo de bilhar
Sapeca o taco nas bolas de tal maneira que eu espero a noite
inteira pras bola carambolar
Conheço um velho que tem a grande mania de fazer economia
pra modelo dos seus fio
Não usa prato, nem moringa, nem caneca e quando senta é de
cueca pra não gastar os fundio
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Eu tive um sogro cansado dos regabofe
Procurou Voronoff, dotô muito creditado
E andam dizendo que o enxerto foi de gato, pois ele pula de
fato miando pelos teaidos
Adonde eu moro tem obloco dos Filantes que quase que a todo
instante, um cigarro vem filar
E os danados vem bancando o inteligente diz que tão com dor
de dente, que o cigarro faz passar
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Obrigado, Noel Rosa!
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