A SERRA DO
ROLA MOÇA – MARTINHO DA VILA
1987 - Martinho da Vila - Coração de malandro
(Mário de Andrade / Martinho da Vila)
A Serra do Rola Moça
Não tinha esse nome não
A Serra do Rola Moça
Não tinha esse nome não
Eles eram do outro lado
Vieram na vila casar
E atravessaram a serra
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo
Antes que chegasse a noite
Se lembraram de voltar
Disseram adeus pra todos
E puseram-se de novo
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo
E a Serra do Rola Moça
Não tinha esse nome não
A Serra do Rola Moça
Não tinha esse nome não
Os dois estavam felizes
Na altura tudo era paz
Pelos caminhos estreitos
Ela na frente ele atrás
E riam como eles riam
Riam até sem razão
A Serra do Rola Moça
Não tinha esse nome não
A Serra do Rola Moça
Não tinha esse nome não
As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões
Temendo a noite que vinha
Porém os dois continuavam
Cada qual no seu cavalo
E riam como eles riam
E os risos também casavam
Com as pisadas dos cascalhos
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam
Buscando despenhadeiro
A Serra do Rola Moça
Não tinha esse nome não
A Serra do Rola Moça
Não tinha esse nome não
Ah!
Fortuna inviolável
O casco pisara em falso
Dão noiva e cavalo salto
Precipitados no abismo
Nem um baque se escutou
Fez-se um silêncio de morte
Na altura tudo era paz
Chicoteando o seu cavalo
No vão do despenhadeiro
O noivo se despenhou
E a Serra do Rola Moça
Rola Moça se chamou
E a Serra do Rola Moça
Não tinha esse nome não
E a Serra do Rola Moça
Rola Moça se chamou
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