MINHA VIOLA
– MARTINHO DA VILA & MART’NÁLIA
2010 - Martinho da Vila - Poeta da cidade - Canta Noel
Noel Rosa
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Eu não respeito cantadô que é respeitado que no samba
improvisado me quiser desafiá
Inda outro dia fui cantar no galinheiro e o galo a noite
inteira sem vontade de cantar
Nesta cidade todo mundo se acautela com a tal de febre
amarela que não cansa de matar
E a dona Chica que anda atrás de mau conselho pinta o corpo
de vermelho pra amarela não pegar
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Eu já jurei de não jogar com seu Saldanha que diz sempre que
me ganha no tal jogo de bilhar
Sapeca o taco nas bolas de tal maneira que eu espero a noite
inteira pras bolas carambolá
Conheço um velho que tem a grande mania de fazer economia pra
modelo dos seus fio
Não usa prato nem moringa, nem caneca e quando senta é de
cueca pra não gastá os fundio
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Eu tive um sogro cansado dos regabofe que procurou o
Voronoff doutô muito creditado
E andam dizendo que o enxerto foi de gato, pois ele pula de
quatro miando pelos teiado
Adonde eu moro tem o bloco dos filante que quase que a todo instante
um cigarro vem filá
E os danados vem bancando inteligente diz que tão com dor de
dente que o cigarro faz passar
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
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