COISA
DA ANTIGA – GENARO
Na tina, vovó lavou, vovó lavou.
A roupa que mamãe vestiu quando
foi batizada
E mamãe quando era menina teve
que passar, teve que passar.
Muita fumaça e calor no ferro de
engomar
E mamãe quando era menina teve
que passar, teve que passar.
Muita fumaça e calor no ferro de
engomar
Hoje mamãe me falou de vovó só de
vovó
Disse que no tempo dela era bem
melhor
Mesmo agachada na tina e soprando
no ferro de carvão
Tinha-se mais amizade e mais
consideração
Disse que naquele tempo a palavra
de um mero cidadão
Valia mais que hoje em dia uma
nota de milhão
Disse afinal que o que é de
verdade
Ninguém mais hoje liga
Isso é coisa da antiga, oi na
tina.
Na tina, vovó lavou, vovó lavou.
A roupa que mamãe vestiu quando
foi batizada
E mamãe quando era menina teve
que passar, teve que passar.
Muita fumaça e calor no ferro de
engomar
E mamãe quando era menina teve
que passar, teve que passar.
Muita fumaça e calor no ferro de
engomar
Hoje o olhar de mamãe marejou só
marejou
Quando se lembrou do velho, o meu
bisavô.
Disse que ele foi escravo, mas
não se entregou à escravidão.
Sempre vivia fugindo e arrumando
confusão
Disse pra mim que essa história
do meu bisavô, negro fujão.
Devia servir de exemplo a esses
nego pai João
Disse afinal que o que é de verdade
Ninguém mais hoje liga
Isso é coisa da antiga
Oi na tina.
Na tina, vovó lavou, vovó lavou.
A roupa que mamãe vestiu quando
foi batizada
E mamãe quando era menina teve
que passar, teve que passar.
Muita fumaça e calor no ferro de
engomar
E mamãe quando era menina teve
que passar, teve que passar.
Muita fumaça e calor no ferro de
engomar
E mamãe quando era menina teve
que passar, teve que passar.
Muita fumaça e calor no ferro de
engomar
E mamãe quando era menina teve
que passar, teve que passar.
Muita fumaça e calor no ferro de
engomar
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