TERREIRO
GRANDE – WILSON MOREIRA
(Wilson Moreira e Paulo Cesar Pinheiro)
Terreiro grande
Terreiro quintal de fazenda
Fazenda de gado e moenda
Engenho de cana caiana
Mangueira velha
Que já foi tronco de cativeiro
Sinhá quando varre o terreiro
Se lembra da terra africana
Terreiro grande
Terreiro quintal de fazenda
Fazenda de gado e moenda
Engenho de cana caiana
Mangueira velha
Que já foi tronco de cativeiro
Sinhá quando varre o terreiro
Se lembra da terra africana
O povo de Zâmbi dançava
Depois da colheita da cana
Pro santo que o branco mandava
E Nana virava Santana
No meio dessa gente escrava
Se via Sinhá de baiana
Com a vassoura de piaçava
Varrendo a vergonha africana
Terreiro grande
Terreiro quintal de fazenda
Fazenda de gado e moenda
Engenho de cana caiana
Mangueira velha
Que já foi tronco de cativeiro
Sinhá quando varre o terreiro
Se lembra da terra africana
O povo de cor na lavoura
No pasto, senzala e choupana
Abrandava a dor na salmoura
Em cada final de semana
No meio da raça opressora
Se via Sinhá veterana
Varrendo sofrida com a vassoura
O sangue da raça africana
Terreiro grande
Terreiro quintal de fazenda
Fazenda de gado e moenda
Engenho de cana caiana
Mangueira velha
Que já foi tronco de cativeiro
Sinhá quando varre o terreiro
Se lembra da terra africana
O povo de Zâmbi guerreiro
Um dia arrebentou com gana
A corrente do cativeiro
Que nem fez com a palha da cana
Durante esse dia inteiro
Se via Sinhá soberana
Varrendo pra sempre do terreiro
A dor da nação africana
Terreiro grande
Terreiro quintal de fazenda
Fazenda de gado e moenda
Engenho de cana caiana
Mangueira velha
Que já foi tronco de cativeiro
Sinhá quando varre o terreiro
Se lembra da terra africana
Que já foi tronco de cativeiro
Sinhá quando varre o terreiro
Se lembra da terra africana
Se lembra da terra africana
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