Resumo dos samba-rock

quinta-feira, 21 de junho de 2012

CABIDE DE MULAMBO – JOÃO DA BAIANA


CABIDE DE MULAMBO – JOÃO DA BAIANA

Meu Deus, eu ando com o sapato furado,
Tenho a mania de andar engravatado,
A minha cama é um pedaço de esteira,
E uma lata velha que me serve de cadeira.
Deus, meu Deus, meu Deus!
Eu ando com o sapato furado,
Tenho a mania de andar engravatado,
A minha cama é um pedaço de esteira,
E uma lata velha que me serve de cadeira.
Minha camisa foi encontrada na praia,
A gravata foi achada na Ilha da Sapucaia,
Meu terno branco parece casca de alho,
Foi a deixa de um cadáver, num acidente do trabalho.
Meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Eu ando com o sapato furado,
Tenho a mania de andar engravatado,
A minha cama é um pedaço de esteira,
E uma lata velha que me serve de cadeira.
O meu chapéu foi de um pobre surdo e mudo,
As botina foi de um velho, da Revorta de Canudo,
Quando eu saio a passeio, as damas ficam falando:
"Trabalhei tanto na vida, o malandro está gozando".
Meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Eu ando com o sapato furado,
Tenho a mania de andar engravatado,
A minha cama é um pedaço de esteira,
E uma lata velha que me serve de cadeira.
A refeição é que é interessante,
Na tendinha do Tinoco, no pedir eu sou constante,
E o Português, meu amigo sem orgulho,
Me sacode um caldo grosso, carregado no entulho.
Meu Deus, eu ando com o sapato furado,
Tenho a mania de andar engravatado,
A minha cama é um pedaço de esteira,
E uma lata velha que me serve de cadeira.


(divulgue: http://letrasdesambarock.blogspot.com.br/)

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