MEU SURDO (O SURDO) - ALCIONE
De: Antonio de Oliveira (Totonho) e Paulo Rezende
Amigo, que ironia desta vida
Você chora na avenida
Pro meu povo se alegrar
Eu bato forte em você e aqui dentro do peito uma dor
Me destrói
Mas você me entende e diz que pancada de amor não dói
Eu bato forte em você e aqui dentro do peito uma dor
Me destrói
Mas você me entende e diz que pancada de amor não dói
Meu surdo
Parece absurdo
Mas você me escuta bem mais que os amigos
Lá do bar
Não deixa que a dor mais lhe machuque
Pois pelo seu batuque eu dou fim ao meu pranto e começo a
cantar
Meu surdo
Bato forte no seu coro
Só escuto este teu choro
Que os aplausos vem pra consolar
Amigo, que ironia desta vida
Você chora na avenida
Pro meu povo se alegrar
Eu bato forte em você e aqui dentro do peito uma dor
Me destrói
Mas você me entende e diz que pancada de amor não dói
Eu bato forte em você e aqui dentro do peito uma dor
Me destrói
Mas você me entende e diz que pancada de amor não dói
Meu surdo velho amigo e companheiro
Da avenida e de terreiro
De rodas de samba e de solidão
Não deixe que eu vencido de cansaço
Me descuide desse abraço e desfaça o compasso dum passo do
meu coração
Amigo, que ironia desta vida
Você chora na avenida
Pro meu povo se alegrar
Eu bato forte em você e aqui dentro do peito uma dor
Me destrói
Mas você me entende e diz que pancada de amor não dói
Eu bato forte em você e aqui dentro do peito uma dor
Me destrói
Mas você me entende e diz que pancada de amor não dói
Eu bato forte em você e aqui dentro do peito uma dor
Me destrói
Mas você me entende e diz que pancada de amor não dói
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