Resumo dos samba-rock

terça-feira, 29 de abril de 2014

LISBOA MENINA E MOÇA / O HOMEM DAS CASTANHAS - MARTINHO DA VILA

LISBOA MENINA E MOÇA / O HOMEM DAS CASTANHAS - MARTINHO DA VILA
2000 - Martinho da Vila - Lusofonia
(Ari dos Santos / Fernando Tordo / Joaquim Pessoa / Paulo de Carvalho)

No castelo
Ponho um cotovelo
Em Alfama
Descansa o olhar
E assim
Desfaz-se o novelo
De azul
E mar
À ribeira
Encosto
A cabeça
Almofada
Na cama do Tejo
Com lençóis
Bordados à pressa
Na cambraia
De um beijo
Lisboa menina e moça
Menina
Da luz que meus olhos veem
Tão pura
Teus seios são as colinas
Varina
Pregão que me traz a porta
Ternura
Cidade a ponto-luz
Bordada
Toalha a beira-mar
Estendida
Lisboa menina e moça
Amada
Cidade mulher da minha
Vida
No terreiro
Eu passo por ti
Mas da graça
Eu vejo-te nua
Quando um pombo
Te olha
Sorri
És mulher
Da rua
E no bairro
Mais alto
Do sonho
Ponho fado
Que soube inventar
Aguardente
De vida
E medronho
Que me faz
Cantar
Lisboa menina e moça
Menina
Da luz que meus olhos veem
Tão pura
Teus seios são as colinas
Varina
Pregão que me traz a porta
Ternura
Lisboa do meu amor
Deitada
Cidade por minhas mãos
Despida
Lisboa menina e moça
Amada
Cidade mulher da minha vida
Da Praça da Figueira
Ou no jardim da estrela
Num fogareiro aceso
É que ela arde
Ao canto do outono
A esquina do inverno
O homem das castanhas
É eterno
Não tem
Eira nem beira
Nem guarida
E apregoa como
Um desafio
É um cartucho pardo
A sua vida
E se não mata a fome
Mata o frio
Um carro que se empurra
Um chapéu esburacado
No peito uma castanha
Que não arde
Cai a chuva nos olhos
E tem um ar cansado
O homem que apregoa
Ao fim da tarde
Ao pé
De um candeeiro
Acaba o dia
Voz rouca
Como o trapo
Da pobreza
Apregoa pedaços
De alegria
E à noite
Vai dormir
Com a tristeza
Quem quer quentes e boas
Quentinhas
A estalarem cinzentas
Na brasa
Quem quer quentes e boas
Quentinhas
Quem compra
Leva mais
Calor pra casa
Quem quer quentes e boas
Quentinhas
A estalarem cinzentas
Na brasa
Quem quer quentes e boas
Quentinhas
Quem compra
Leva mais
Calor pra casa
A mágoa que transporta
É miséria ambulante
Passeia pela cidade
O dia inteiro
É como se empurrasse
O outono adiante
É como se empurrasse
O nevoeiro
Quem sabe a desventura
Do seu fado
Quem olha
Para o homem
Das castanhas
Nunca ninguém pensou
Que ali ao lado
Ardem no fogareiro
Dores tamanhas
Quem quer quentes e boas
Quentinhas
A estalarem cinzentas
Na brasa
Quem quer quentes e boas
Quentinhas
Quem compra
Leva mais
Calor pra casa
Quem quer quentes e boas
Quentinhas
A estalarem cinzentas
Na brasa
Quem quer quentes e boas
Quentinhas
Quem compra
Leva mais
Calor pra casa


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