Resumo dos samba-rock

quinta-feira, 22 de julho de 2021

SANFONA FURADA - ROBERTO E MEIRINHO

SANFONA FURADA - ROBERTO E MEIRINHO

 

Essa é uma de muitas histórias

Que acontecem

Nesses bailes de barracas

Baile de fazenda

Esses bailes que vai até as tantas da madrugada

E eu estava numa dessa, bicho

Veja só o que aconteceu

Comprei uma sanfona bem desafinada

Gostava de tocar pra turma da pesada

Gostava de ver aquela moçada

O baile ia até de madrugada

A turma só dizia: “isto é o fim”

A sanfona do meirinho só fazia assim

Paran, fan, fum, fum, fum, fum, fum, fum

Piri, piri, fim, fum, furim, fom, furim, fim, fom

Arranjei a namorada por sinal muito bacana, toquei sanfona pra ela

Mais de uma semana

Ela só dizia: “você não me engana”

Tocando seus bailinhos a preço de banana

A turma só dizia: “isto é o fim”

A sanfona do Arlindo só fazia assim

Paran, fan, fum, fum, fum, fum, fum, fum

Fori si fo fole di mom

Num desses bailes que a gente estava tocando

Chegou um cara por nome de João Bravo

Chegou dando tiro, quebrou o lampião

E a turma na escuridão se mandou todo mundo

Ficou eu com a minha sanfona desafinada que dava dó

Aí o cara chegou pra mim e falou assim”

“A por menino

Se tu num tocá um forró direitinho eu furo o fole dessa sunfona home”

Nessas alturas chegou o italiano

O italiano era o dono do baile

Aí ele falou assim:

“Sanfuneiro cachoron

Toca uma mazurca pra mim dançar com minha rosa que tá afinadinha

Se ocê num tocá eu vou te dá uma purretada na cabeça, entre as trova”

Mas o mineiro quando chega no fandango

Ele põe pra quebrar

E o mineiro estava com a namorada

Aí ele chegou pra mim e falou assim:

“Uai sô

Será que nós precisa aprontar um regaço nesse trem?”

Eu era afamado em toda aquela zona

Só porque tocava na minha sanfona

Um dia apaixonei por uma dona

Fiz uma briga danada e virei uma azeitona

A turma só dizia: “isto é o fim”

A sanfona do Zé Béttio só fazia assim

Paran fan fum, fum, fum, fum, fum, fum

Tiqui, forim, fo, fi, fu, fum

Eu sei que todo mundo gosta de curtir uma boa

E vai curtir num baile

Nesse baile ele dança qualquer ritmo

Mas, nessas alturas chegou o gaúcho

Chegou arrastando a espora, quebrou o chapéu na testa e falou assim:

“Não te estique que a cama é curta, e num te entregue nem que cai as carça, tchê

Mexe com gaúcho é cutucar o diabo com a vara curta

Me toque um vanerão, senhor”

Bom gente

Eu quero deixar aquele abraço pra vocês

Agradeço os aplausos o incentivo, o calor

O carinho de vocês para com a gente

Eu vou é me mandar, bicho

Porque a sanfona minha continua com o fole furado

Desafinada que dá dó

E faz igualzinho um jegue

Igual um jumento, preste atenção, olha

Porque que não veio onti, onti, onti, onti, onti

 

Letrasdesambarock.blogspot.com.br

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