SAMBA
DO IRAJÁ / NÃO FOI ELA – WILSON MOREIRA E NEI LOPES
Tenho impressa no meu rosto
E no peito, lado oposto,
Ao direito, uma saudade
Que saudade
Sensação de na verdade
Não ter sido nem metade
Aquilo que você sonhou
Que sonhou
São caminhos, são esquemas
Descaminhos e problemas
É o rochedo contra o mar
É isso aí!
Ê Irajá!
Meu samba é a única coisa que eu
posso te dar
É isso aí!
Ê Irajá!
Meu samba é a única coisa que eu
posso te dar
Saudade veio a sombra da
Mangueira
Sentou na espreguiçadeira
E pegou no violão
Cantou a moda do caranguejo
Me estendeu a mão prum beijo
E me deu opinião
Opinião, opinião
Depois tomou um gole de abrideira
Foi sumindo na poeira
Para nunca mais voltar
É isso aí!
Ê Irajá!
Meu samba é a única coisa que eu
posso te dar
É isso aí!
Ê Irajá!
Meu samba é a única coisa que eu
posso te dar
Não foi ela
Ô, ô!
Foi a saudade que bateu
Foi aquela
Ô, ô!
Velha emoção que renasceu
Foi a vida em seus muitos enganos
Que depois de tantos anos
Fez ela se dignar me procurar
Foi o rio
Ô, ô!
Sempre correndo para o mar
Foi o frio
Ô, ô!
Que fez seu corpo arrepiar
Na saudade das noites de outrora
Onde o vento lá de fora
Aqui dentro era o calor
De um grande amor
Só agora é que teve a certeza
Que entre a receita e despesa
O saldo foi devedor
Só agora é que teve a certeza
Que entre a receita e despesa
O saldo foi devedor
Nunca se deve pesar
Com a mesma medida
Dois pesos de vida desiguais
Muito melhor é lutar
Do que viver deitado
Num berço dourado
Na mais santa paz
Foi por isso que ela agora
Sentindo o frio lá fora
Bateu na minha janela
Sem saber que a vida incerta
Conservou minha porta aberta
Sempre esperando por ela
Só por ela
Sem saber que a vida incerta
Conservou minha porta aberta
Sempre esperando por ela
Só por ela
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