Resumo dos samba-rock

domingo, 15 de abril de 2012

POEMA RITMICO DO MALANDRO – SÔNIA SANTOS


POEMA RITMICO DO MALANDRO – SÔNIA SANTOS

Subindo ou descendo o morro cadente.
Sugando-se o máximo, o mais atraente.
Lá vai o malandro, o dono do mundo!
Se pensam que é fácil levar esta vida
Enganam-se, caros, posição atrevida,
É demais o cansaço, terrível o duro.
Jogar o baralho, jogar capoeira,
Fazer samba à toa, beber noite inteira!
Que vida mais besta, que coisa mais linda.
Ser bamba no morro, ser sambista de fato.
Dizer: "nunca corro, me matam ou mato!".
Ter uma mulata por inspiração
Pra fazer mais amor e ouvir seu violão!
Ô vida difícil, ô vida cansada,
Mas mudar de vida que nada que nada!
Mas chega um dia, na maior delícia.
Ninguém no desdenho protege a polícia
É que ficou louco o mundo, a cidade.
A puta luxúria e a vaidade.
Chegou carnaval, chegou carnaval!
Ninguém quer ninguém, todos querem tudo
aqui tudo vale qualquer absurdo
E é nesse dia, assaz, diferente.
Que o malandro é mais homem no meio da gente!
 As mãos bater nunca sapateia nas palmas
Ao lado das negras é o partido alto
E samba malandro, e samba mulata.
Mostrem mais um sentido da vida ingrata!
Depois do crioulo, depois a mulata.
Botando um amor depois dessa data,
Lá de cima, felizes, contemplando a cidade.
Ficou sem favor!
Escrevemos samba no asfalto selvagem
No asfalto selvagem
Escrevemos samba com asfalto selvagem
E bem malandro, mas vem mulata.
Pra fazer samba é no asfalto selvagem
E samba malandro
E samba mulata
Mostrem mais um...

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